Caríssimos leitores, a lindíssima igreja dedicada a São José, no coração da Capital Mineira, foi um presente de Deus, entregue ao seu povo pelas mãos dos corajosos missionários redentoristas. Esses audazes filhos de Santo Afonso de Ligório haviam chegado ao Brasil em 1893 e fundado a primeira comunidade em Juiz de Fora, MG. Vendo os primeiros frutos produzidos daquela fundação, sentiram a necessidade de expandir sua atuação missionária. Mas eis que a pergunta se colocou: onde fundar uma segunda casa?
Era certo que não poderiam aceitar paróquia, pois assim rezavam as constituições da Congregação. Tentaram uma fundação em Ouro Preto, então capital de Minas Gerais, tentativa frustrada. Voltaram os seus olhos para São João del Rei, mas não deu certo por diversas adversidades que apareceram; cogitaram até mesmo Pouso Alegre, o que logo foi descartado. Belo Horizonte nunca esteve em nenhuma lista de prioridades: “Ninguém ousava sequer tocar este nome”. Em 1899, vendo a casa de Juiz de Fora cada vez mais apertada com o grande número de padres e irmãos, fazia-se urgente uma nova fundação. E por que não Belo Horizonte? A recém-fundada capital de Minas Gerais, com menos de 15 mil habitantes, atraía muito pouco os olhos e o coração dos dirigentes redentoristas.
Dom Silvério Gomes Pimenta, grande amigo e admirador dos missionários redentoristas, apoiava muito a ideia dessa fundação na nova capital. Foi então que, em 27 de janeiro de 1900, o senhor bispo dividiu a antiga paróquia da Boa Viagem e entregou a nova paróquia aos redentoristas, tendo José como seu padroeiro. Os padres Pedro Beks, Antonio Lomeyer, Afonso Mathysen e os irmãos Felipe Winter e Doroteu van Leent começariam uma saga com proporções épicas na construção do convento e da lindíssima igreja de São José.
Essa foi uma história marcada por alegrias, frustrações, conversões, perseguições, otimismo e desânimo. No entanto não se pode negar que a Divina Providência quis que os missionários redentoristas holandeses estivessem presentes desde a infância da capital Belo Horizonte para evangelizá-la e transformá-la em testemunho da fé cristão para todo o país. O trabalho missionário e catequético daqueles homens de Deus, com a ajuda de grandes apóstolos leigos, tornou possível cristianizar de verdade aquela pequena cidade que vivia sua fé de forma sincrética, apática e superficial. Dizia o cronista Padre Afonso Mathysen: “A população proveniente de todos os lados, falando em geral, é muito ignorante das coisas da religião e afastada dos Sacramentos. Que isto melhore com a ajuda de Maria Santíssima e de Santo Afonso! É o que desejamos e esperamos”. (Crônicas do Arquivo Redentorista, p. 16). Confiemos sempre na Divina Providência!
Autor: Pe. José Luís Queimado
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