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Um pedacinho do Paraíso

Atualizado: 13 de mai. de 2024



Visitar a cidade de Belo Horizonte é fazer uma experiência inesquecível de mergulho em uma rica cultura, cultivada por um povo acolhedor e cordial, enriquecida por sua gastronomia incomparável. É se encher de conhecimento, que foi sendo compilado e guardado em museus esplêndidos no decorrer da história. É deixar-se tocar pela beleza de uma cidade gigante, mas com ares de cidadezinha do interior. Esporte, lazer, culinária e cultura. Tudo isso é realmente muito importante, mas não podemos nos esquecer da área espiritual de nossa vida, e essa dádiva Belo Horizonte sabe oferecer com primazia. 

Dos diversos templos católicos lindos que temos na cidade, a grande joia que se sobressai é o Santuário de São José, no coração pulsante da grande Capital do estado. No frenesi da metrópole, eis que esse templo magnífico se apresenta como um refúgio aos seres humanos imersos na agitação diária. Uma fonte de água cristalina no meio de uma selva de pedra; oásis espiritual para todos os caminhantes da vida, que muitas vezes se encontram no deserto. 

Foto Adobe Stock

Destoando da arquitetura de sua época, o início do século XX, a igreja de São José nasceu para ser gigante e abrigar o maior número possível dos filhos de Deus. Com estilo neomanuelino, também com inspiração neogótica, suas torres de pontas agudas nos lembram para onde devemos ir; falam-nos de nossa morada eterna, de nossa pátria definitiva. Sinos centenários vêm anunciando o encontro da Assembleia Santa há mais de um século. A torre maior segue o estilo bem conhecido das igrejas clássicas do Brasil, mas suas duas torres laterais fogem a essa regra e demonstram o pensamento mais moderno da arquitetura da época, que seguia o ecletismo de estilos. Torres, pináculos, agulhas, cunhais, tudo isso nos dá a certeza da presença do ser Divino no templo. 

As colunas exuberantes são da ordem coríntia, pois seu projeto arquitetônico foi pensado por Edgard Nascentes Coelho, mas as obras foram averiguadas e acompanhadas por um irmão redentorista arquiteto holandês, de capacidade inigualável para a engenharia de todo o processo, Irmão Gregório Mulders. Em 16 de outubro de 1901, na festa do então Beato Geraldo Magela, retiraram a primeira pá de terra no terreno escolhido; começavam a nivelação do terreno. Alicerces prontos, começaram a levantar as paredes, lançando a pedra fundamental no dia 20 de abril de 1902, às 17h30, Festa do Patrocínio de São José. Estavam presentes nessa celebração muitas autoridades civis, inclusive dois futuros presidentes do país: Afonso Augusto Moreira Pena e Venceslau Brás Pereira Gomes. No dia 19 de março de 1904, inaugurou-se a igreja, ainda em construção, com o traslado do Santíssimo da igreja do Rosário e com a bênção litúrgica. Estava também presente o futuro presidente Afonso Pena. 

O irmão Verenfrido Vogels substituiu o irmão Gregório Mulders no acompanhamento das obras, que iria se findar somente em 1910. Com suas colunas exuberantes, da ordem coríntia, pois seus capitéis são um cesto de folhas de acanto, coroadas com volutas jônicas. A cabeça da coluna é dourada, e ela que se chama capitel. Os arcos que formam a linda arcada, os pilares, os colunelos, as cornijas, as abóbadas e tantas outras lindas estruturas fazem-nos sentir em um “cantinho do Paraíso”. As luzes que entram pelos vitrais coloridos nos levam às cores da transcendência. Tudo perfeito, em harmonia, para transportar os fiéis e os visitantes aos braços do Pai, que nos abraça infinitamente.  Autor: Pe. José Luís Queimado 

3 Comments


edilamar2002
May 19, 2024

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Guest
May 19, 2024

Muito linda a história do Santuário de São José.

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Guest
May 19, 2024

Uma belíssima narrativa sobre esse belíssimo santuário!

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